A programação científica do XXIV Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (CBRA2020) incluiu especialistas da Igenomix de peso que aportaram informação e participaram de discussões sobre o avanço da medicina reprodutiva.
Confira aqui o resumo das aulas do Dr. Carlos Simón, Dr. Antonio Capalbo e Dra. Marcia Riboldi que preparamos para você!
A ausência de congressos presenciais em 2020 e as muitas publicações altamente relevantes envolvendo os especialistas da Igenomix foram os componentes da participação massiva nas aulas dos nossos especialistas. Entre as novidades do ano, estão as publicações da pesquisa sobre mosaicismo embrionário, aneuploidias segmentais, além dos estudos multicêntricos sobre receptividade endometrial e PGT-A não invasivo.
O EMBRACE, o novo teste genético de análise cromossômica do embrião no meio de cultura foi apresentado em duas ocasiões no evento. Primeiro, durante o Curso Pré-Congresso IVF TECH & Routine Update, onde Dra. Marcia Riboldi compartilhou dicas para o laboratório de FIV alcançar a máxima concordância entre o teste EMBRACE e PGT-A, oferecendo essa tecnologia com todo seu potencial aos pacientes.
Conforme apresentado pela Dra. Marcia, o maior desafio para que o niPGT-A seja uma técnica promissora é eliminar o risco de contaminação de DNA embrionário e seguir o protocolo comprovado no estudo envolvendo 8 centros de reprodução assistida em diferentes países (incluindo o Brasil) que comparou a concordância de 1.301 embriões analisados por PGT-A e EMBRACE publicado na American Journal of Obstetrics & Gynecology.
Dr. Carlos Simón também abordou o EMBRACE durante o CBRA, porém apresentando a perspectiva clínica do estudo com o tema: PGT-A não invasivo, futuro ou realidade?
Para demonstrar que estamos diante de uma nova realidade da Reprodução Assistida, o diretor científico da Igenomix apresentou o processo de desenvolvimento e validação clínica da análise embrionária não invasiva, desde a prova de conceito publicada em 2018 até o Estudo Multicêntrico publicado este ano na AJOG.
Apesar de já apresentar evidências contundentes, os estudos do niPGT-A da Igenomix continuam. Atualmente, o estudo randomizado tem como objetivo comprovar os resultados de bebê nascidos entre os grupos em que o EMBRACE foi realizado em comparação com embriões avaliados apenas em relação à sua morfologia. 15 clínicas estão envolvidas nessa segunda fase de pesquisa onde mais de mil embriões serão analisados.
Debate sobre realizar ou não o PGT-A
Apesar do PGT-A estar consolidado há vários anos como uma técnica efetiva de análise da saúde cromossômica do embrião, manter o debate entre especialistas a favor e contra essa técnica enriquece a ciência, que tem como premissa de evolução o questionamento constante.
Para apresentar a técnica PGT-A, Dr. Antonio Capalbo, um dos cientistas mais renomados no assunto mundialmente, aportou as evidências existentes tanto citando seus próprios estudos, quando os muitos estudos independentes publicados, além da experiência clínica, que vem provando no dia-a-dia das clínicas os resultados de nascidos vivos ao identificar embriões cromossomicamente normais. Afinal, embriões com aneuploidias uniformes não produzem bebês:
É possível encontrar estudos não favoráveis ao PGT-A, porém Dr. Antonio convida a todos olhar com cuidado a solidez dos estudos em seu desenho, “N” e parâmetros de classificação de mosaicismo.
Mosaicismo embrionário é mais um assunto que Dr. Antonio, cientista diretor da Igenomix Itália, possui pleno domínio e experiência. Na última edição do Congresso Europeu de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) ele recebeu o Clinical Science Award for poster presentation pelo estudo que concluiu que identificar baixo grau de mosaicismo embrionário no PGT-A não é clinicamente relevante.
Para concluir sua aula, Dr. Antonio reforça que como a biópsia embrionária é operador dependente, o PGT-A requer um laboratório de FIV e embriologistas qualificados para o procedimento de retirada de células para a análise, sendo esses os pontos onde se concentram os riscos de sucesso deste teste genético. No entanto, sendo realizado de forma apropriada, o PGT-A é seguro para reduzir os riscos de falha de implantação, aborto e síndromes genéticas.
O endométrio e a falha de implantação
Sem dúvidas um embrião euploide é fundamental para o sucesso da FIV e nascimento de um bebê saudável, porém o embrião não pode fazer todo trabalho sozinho, pois a gravidez é o resultado da interação entre embrião e endométrio. Portanto, o fator endometrial é crítico para o sucesso da FIV e por isso vem sendo estudado pela Igenomix desde 2003, quando identificamos a expressão genética da janela de implantação que revela o período de receptividade endometrial, através do teste ERA.
Estudos científicos liderados demonstraram que não apenas a receptividade endometrial é importante, mas também seu microbioma. Para apresentar novidades nesse campo durante o Congresso, Dra. Marcia Riboldi deu uma aula.
Além de lembrar os estudos que comprovaram o impacto do microbioma endometrial nos resultados reprodutivos, Dra. Marcia trouxe um caso clínico publicado este ano em que pesquisadores da Fundação Igenomix, INCLIVA e Universidade de Valência, obtiveram pela primeira vez uma visão do microbioma endometrial durante a gravidez humana. O estudo foi publicado no American Journal of Obstetrics & Gynecology.
Debate sobre a avaliação da Janela de Implantação
Fechando a participação dos especialistas da Igenomix na CBRA2020, Dr Carlos Simón apresentou o estudo prospectivo randomizado sobre o teste ERA publicado na revista RMBO Journal. A pesquisa, que teve duração de 5 anos, incluiu 569 mulheres e comprovou que a personalização da transferência embrionária guiada pelo teste ERA beneficia as pacientes desde o seu primeiro ciclo de FIV.
O teste ERA, assim como o PGT-A são técnicas que aportam um aumento da eficiência dos tratamentos de Fertilização in Vitro. Apesar dos testes não garantirem o sucesso do tratamento de FIV, são capazes de dobrar suas chances de sucesso. Sem essas ferramentas, as FIVs falham em conseguir o nascimento de um bebê em 70% dos casos.
O deslocamento da janela de implantação é uma realidade para 3 em cada 10 pacientes, no entanto, sem a realização do teste ERA não é possível identificar esse fator que, quando não considerado pode levar à perda de embriões saudáveis após sua transferência ao útero materno.
Dr. Carlos Simón finaliza o debate com sua visão, que prioriza otimizar ao máximo a chance de sucesso da FIV desde sua primeira tentativa para reduzir o tempo para conseguir um bebê saudável em casa e, como consequência, o impacto clínico, emocional e financeiro de repetir ciclos.
A visão do Dr Carlos Simón, reflete a missão da Igenomix, que trabalha diariamente em pesquisas de base para o entendimento da fertilidade humana e o desenvolvimento de soluções para superar a infertilidade e conseguir o nascimento de um bebê saudável.