Hoje acompanhei principalmente aulas sobre o diagnóstico genético do embrião, que atualmente acumula inúmeros estudos com número de amostras mais que suficientes para confirmar sua relevância na prática dos tratamentos de reprodução humana e segurança para a saúde do futuro bebê.
Por outro lado, os tratamentos para otimizar o preparo endometrial também estiveram em alta.
Em primeiro lugar, vou falar sobre os embriões. A lista de temas ligados ao PGS que resumo inclui:
- Comparação de seleção embrionária morfológica vs. estudo genético, apresentado por Santiago Munne, PhD
- Experiência de mais de 16.000 diagnósticos genético pré-implantacional com tecnologia NGS, apresentado por Jennifer Melisa Eccles MS LCGC
- Estudo de 100.000 PGS by NGS, apresentado por Sarthak S Sawarkar MS
- PGS como ferramenta para alcançar antes o objetivo de gravidez, apresentado por Susan M Maxwell MD
- Plataforma para detectar triploidias em blastocistos, apresentado por Diego Marin MS
- Massa celular interna confirma deleção de síndromes identificadas em trofectoderma, apresentado por Mandy Katz-Jaffe, PhD.
Aumentar em 14% as taxas de gravidez de mulheres entre 35-40 anos significa um incremento de 38% das chances relativas de pacientes em tratamento de Fertilização in vitro. Este estudo confirma a relevância do PGS para esta faixa etária e sua alta eficácia em prevenir abortos.
O número de embriões transferidos até alcançar o sucesso da gravidez é significativamente menor quando o PGS é realizado em todas as idades maternas estudadas.
Uma pergunta frequente e importante de esclarecer ao paciente com indicação de PGS é a probabilidade de não encontrar embriões saudáveis após o estudo do embrião:
<34 = 14% (29/202)
35 a 37 = 28% (59/208)
38 a 40 = 42% (134/318)
41 a 42 = 73% (140/191)
> 42 = 83% (96/119)
Euploide, Aneuploide ou Mosaico?
Mesmo com a alta fiabilidade do diagnóstico genético pré-imlantacional, próxima ao 100%, o temor de descartar um eventual embrião saudável é uma preocupação presente entre laboratórios de genética especialistas e pacientes. A capacidade de identificar embriões mosaico, trouxe ainda mais dúvidas por um tempo e dividiu muitos investigadores.
Hoje, estudos mais detalhados e amostras mais amplas têm ajudado a encontrar um ponto comum sobre a porcentagem de embriões mosaico, que segundo estudos da Igenomix está em torno a 6% e que abaixo é possível observar números também aproximados:
Neste debate é fundamental estar consciente de que diferentes protocolos para considerar o mosaicismo levam a diferentes taxas de mosaicismo, algo que o estudo com mais de 100.000 embriões apresentado na ASRM2017 evidenciou. Para superar dúvidas diante de um diagnóstico de mosaicismo, a melhor estratégia é o aconselhamento genético personalizado.
Onde não existe dúvida em todos os protocolos que se utilizam é a correlação similar da incidência de aneuploidias e idade materna.
Deleções identificadas em trofectoderma são confirmadas para a massa celular interna
O endométrio importa!
Ninguém mais tem dúvida sobre a importância do endométrio, esse tecido que reveste o útero por dentro e que apesar de fazer-se presente a cada ciclo menstrual, ainda é pouco conhecido pela população geral.
Dr Juan García Velasco ilustra bem a situação:
Os efeitos da Atrofia Endometrial afetam não apenas a taxa e gestação, mas também a incidência de abortamento.
Entre as opções terapêuticas apresentadas, o protocolo com resultados superiores envolveu o congelamento de óvulos ou embriões para uma transferência em ciclo posterior. Também foi evidenciado o estudo da receptividade endometrial (ERA) como um caminho quando os esforços de aumentar a espessura endometrial falham.
O scratching, que consiste em realizar a injuria endometrial, tem sido uma recomendação contraditória e descartada por muitos especialistas, já que comprovadamente não é efetiva e, pelo contrário, afeta de forma negativa os resultados do tratamento de fertilidade. Diferente disso, a análise transcriptomica do endométrio através do teste ERA tem demonstrado uma alta eficiência na personalização do endométrio para pacientes tanto com falhas de implantação quanto para aquelas que não têm uma boa resposta no crescimento endometrial, conforme comentado anteriormente.
Por outro lado, o tratamento com células tronco tem apresentado resultados prometedores. E, como última saída quando os esforços anteriores falharam, o transplante uterino ou útero de substituição deve ser discutido com a paciente.
Acupuntura pode ajudar na preparação do endométrio?
Segundo apresentado por Coleen Smith, a medicina oriental tradicional poderia ajudar, assim como hábitos saudáveis que incluem:
– Eliminação da cafeína e refrigerante da dieta alimentar
– Eliminação do consumo de bebidas alcoólicas e uso de maconha
– Redução de consumo de açúcar refinado
– Aumento do consumo de vegetais verde escuro
– Atividade física moderada
– Mindfullness
– Horas de sono adequadas
Se você também está na ASRM2017, visite nosso stand e fique sabendo das novidades antes!
Temos algumas novidades que apresentaremos para todos durantes estes dias, mas quem está presente no Congresso já pode ficar sabendo. Faça uma visita ao stand 507!