Globalmente, a FIV (Fertilização in vitro) em humanos apresenta taxas de natalidade de apenas 25-30% por ciclo de tratamento iniciado, ao contrário de outros mamíferos que possuem taxas de mais de 95% (roedores). O ciclo menstrual marca a principal diferença nas taxas de fecundidade humana ao controlar a ação do endométrio na implantação do embrião.
Para entender a influência do endométrio (camada que reveste o interior do útero) no sucesso de uma gravidez, a Igenomix tem investigado e atuado no campo da reprodução assistida há muitos anos; assim como também tem investigado e oferecido ferramentas para otimizar a seleção de embriões, aumentando a eficácia nos tratamentos de FIV.
Sabendo que o fator endometrial é uma possível causa da infertilidade, a equipe de cientistas liderada pela Dra. Diana Valbuena, diretora médica da Igenomix, realizou um estudo com o objetivo de melhorar a implantação clínica mediante diagnóstico, personalização e sincronização da receptividade endometrial com a transferência embrionária.
O estudo, publicado na revista científica RMBO Journal (Reproductive BioMedicine Online), titulado A 5-year Multicenter Randomized Controlled Trial of In Vitro Fertilization with Personalized Blastocyst Transfer versus Frozen or Fresh Transfer, concluiu que a Transferência Embrionária Personalizada, guiada pelo Teste ERA, aumenta as chances de ter um recém-nascido no primeiro ciclo de FIV de forma significativa.
Os resultados revelaram que os nascimentos de um bebê no primeiro ciclo de FIV foram superiores entre as mulheres que realizaram a transferência personalizada de embriões com uma taxa de 56,2% contra 42,4% das transferência convencional de embriões congelados.
Após um ano, 71% das mulheres que realizaram transferência tiveram seus filhos nascido, enquanto apenas 54,4% das mulheres que fizeram transferência convencional de embriões congelados conseguiram o sucesso do tratamento de FIV.
A pesquisa clínica internacional multicêntrica e randomizada (16 clínicas em 7 países), consistiu em avaliar a primeira FIV de 569 mulheres em tratamento de fertilidade para comprovar se realizar a transferência Embrionária Personalizada Guiada pelo teste ERA aumenta a probabilidade de nascimentos em comparação com as transferências clássicas de embriões congelados ou frescos, que são realizados na maioria das pacientes seguindo um mesmo protocolo clássico, sem considerar a receptividade de forma individualizada.
Esses resultados têm o reconhecimento do selo de qualidade que possuem as pesquisas prospectivas e randomizadas como esta.
“Desde que desenvolvemos o teste ERA para resolver os casos em que a janela de implantação da paciente está deslocada, um dos nossos esforços como especialistas no estudo do endométrio sempre foi saber quando esse evento ocorria, pois nos últimos anos observamos como o fator endometrial tem sido a principal causa de falha reprodutiva em muitas mulheres que, mesmo com o melhor embrião, não conseguiram a gravidez”, explica o professor Carlos Simón, Chefe de Conselho Científico da Fundação Igenomix.
Muitas vezes as pacientes sofrem repetidas falhas de implantação antes de engravidar. Este estudo mostra que a realização de uma transferência personalizada de embriões com o teste ERA no primeiro ciclo de FIV melhora significativamente as chances de ter um bebê.
Os resultados obtidos nesta pesquisa validam a indicação da preparação endometrial e destacam a necessidade de personalizar os tratamentos da Reprodução Assistida.

Transferência personalizada guiada pelo teste ERA Vs Transferência Clássica (não-personalizada)
Uma Transferência Embrionária Personalizada é aquela realizada quando o endométrio da paciente está comprovadamente receptivo. Isso geralmente ocorre 120 horas após a mulher receber a primeira dose de progesterona do preparo endometrial para transferir o embrião ao útero materno. No entanto, a janela de implantação (momento de receptividade endometrial) em 3 de cada 10 mulheres ocorre em um momento diferente do esperado pelo modelo clássico.