Estudo de pesquisadores do Department of Obstetrics and Gynecology, University of British, do Children’s and Women’s Hospital e do Health Centre of British Columbia publicado no Journal of Assisted Reproduction and Genetics, identificou taxas de gravidez superiores para pacientes de reprodução humana com histórico de falhas de implantação que realizaram a personalização da transferência do embrião a partir dos resultados do teste ERA, em comparação com aquelas que mantiveram a transferência do embrião dentro do padrão.
Para comprovar a efetividade do teste de receptividade endometrial (ERA), os pesquisadores acompanharam 88 casos e fizeram uso do estudo dos embriões através do teste genético pré-implantacional PGT-A (anteriormente denominado PGS), o que evitou que os resultados sofressem a influência de alterações cromossômicas do embrião.
Principais fatores de implantação do embrião no útero materno
A falha de implantação, quando o embrião não consegue estabelecer as conexões com o útero materno, é um ponto crítico do tratamento de Fertilização in Vitro (FIV). Neste processo, a saúde do embrião é fundamental e por isso, enquanto as técnicas de estudo genético do embrião não estavam desenvolvidas, as taxas de sucesso dos tratamentos eram muito baixas.
Estudar a morfologia é fundamental, mas ela não é capaz de detectar o principal fator de falhas de implantação e fracasso dos tratamentos de reprodução assistida: as aneuploidias, ou seja, alterações cromossômicas.
Com a chegada do teste genético do embrião PGT-A, o sequenciamento dos cromossomos de células biopsiadas do embrião permitiu o aumento das chances de gravidez aumentou a efetividade dos tratamentos.
Desde então ficou claro que a fertilidade depende muito do embrião, mas não apenas dele, porque apesar do aumento das taxas de sucesso, 1/3 dos embriões analisados cromossomicamente não implantam, o que evidencia que há muito mais por trás do mecanismo de implantação do embrião.
Segundo os autores do artigo comentado aqui, o teste genético pré-implantacional é o complemento prioritário para oferecer mais chances de sucesso da Fertilização in Vitro (FIV), enquanto o teste ERA, é um passo especialmente recomendado em casos de falhas anteriores de ciclos de tratamentos de reprodução assistida.
Teste de receptividade endometrial busca a sincronização necessária para a implantação do embrião
A expressão da receptividade endometrial não é uma causa de infertilidade, mas sim uma característica a ser considerada para identificar a janela de implantação da paciente (WOI). Um aspecto definitivo para que o embrião possa realizar implantação, momento onde existe a sincronização entre embrião e útero materno.
No ciclo de fertilidade natural, a janela de implantação é um período que dura 4-5 dias e está orquestrado por uma série de fatores hormonais que devem estar sincronizados. Já nos ciclos de reprodução humana assistida, um composto hormonal de estrogênio e progesterona é utilizado para simular o período em que o embrião terá um ambiente propício para a implantação, superando com sucesso o processo da nidação e confirmando uma gravidez.
A Idade não influencia na receptividade
Ao comparar a receptividade endometrial com as idades das pacientes do grupo de estudo, não foram identificadas diferenças significativas, o que sugere que o deslocamento da janela de implantação não está influenciado pela idade, ao contrário do que acontece com o embrião, que sofre um impacto de aumento de alterações cromossômicas relacionado com a idade materna.
Estudos clínicos, a melhor forma de concluir
Assim como os resultados da pesquisa comentada aqui, muitas clínicas têm realizado estudos próprios e aplicado técnicas para aprimorar de forma contínua os resultados dos tratamentos de fertilidade para que as famílias realizem seu objetivo de gravidez e nascimento de um bebê saudável com o mínimo de tentativas e máxima segurança.
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Dra Marcia Riboldi, diretora da Igenomix Brasil