Um fator de grande importância para o sucesso reprodutivo é a receptividade endometrial do útero materno, momento em que o endométrio está receptivo para a implantação embrionária.
O teste de receptividade endometrial ERA (Endometrial Receptivity Array) identifica a janela de implantação de cada paciente, revelando o momento ideal em que o endométrio está pronto para receber o embrião, o que permite personalizar a transferência embrionária. Esse teste, desenvolvido pela Igenomix, está sendo aplicado de forma clínica atualmente para pacientes com repetidas falhas de implantação.
Conhecendo seus benefícios para pacientes com histórico de falhas de implantação, foi dado início ao estudo randomizado multicêntrico internacional que tem como objetivo comprovar o valor clínico de identificar a receptividade endometrial através do teste ERA na primeira consulta da paciente. Dessa forma, o especialista contará com uma importante informação que lhe ajudará a obter melhores resultados do tratamento de reprodução humana assistida das suas pacientes. O projeto inclui 12 países, entre eles o Brasil.
Sobre o teste ERA
Ao identificar que aproximadamente 25% das mulheres com repetidas falhas de implantação têm sua janela de implantação deslocada, foi necessário corrigir o momento para a realização da transferência embrionária, personalizando o período de acordo com a receptividade endometrial individual de cada paciente. O teste avalia a expressão de 238 genes presentes no endométrio para confirmar o estado de receptividade e então, identificar o dia apropriado da transferência do embrião de forma individualizada e em sincronia com o estado endometrial da paciente.
O teste ERA classifica o endométrio como: pré-receptivo, receptivo inicial, receptivo tardio e pós-receptivo através da análise molecular de sequenciamento massivo (NGS), onde se sequencia uma amostra do RNA obtido através do tecido endometrial coletado por meio de uma biópsia endometrial. Estudos prévios demonstraram a consistência do diagnóstico por pelo menos três anos, e estamos estudando que mudanças importantes no índice de massa corporal (IMC) ou cirurgias locais poderiam influenciar no perfil endometrial.
O estudo
O estudo clínico, desenvolvido para as pacientes que vão realizar o primeiro ciclo de Fertilização in Vitro (FIV), tem como objetivo principal aumentar as taxas de gestação. Dessa forma, pretendemos comparar a transferência embrionária realizada na prática clínica habitual – transferência a fresco ou em ciclo posterior vitrificando embriões – em relação à transferência embrionária personalizada através dos resultados com a realização do teste ERA.
Atualmente, os países envolvidos no projeto desenvolvido pela Igenomix para medir a efetividade do teste ERA são: Espanha, Estados Unidos, Japão, Bélgica, Bulgária, Colômbia, México, Panamá, Servia, Singapura e Turquia, além do Brasil.
No Brasil, o estudo foi aprovado pelo CONEP (Conselho Nacional de Saúde) e conta com a participação de 5 centros de reprodução assistida: Centro de Reprodução Governador Mario Covas (USP), Huntington Medicina Reprodutiva, Fertility Clínica de Fertilização, Centro de Reprodução Nilo Frantz e Centro de Infertilidade e Medicina Fetal do Norte Fluminense