Para a segurança da vitrificação e sobrevivência dos embriões, nenhum passo e especificação do protocolo deve modificado. Esta foi a mensagem mais importante do workshop do pré-congresso da RedLara durante os dias 24 e 25 de abril com participação da Illumina, Hamilton Thorne, Cryotop e LifeGlobal dirigido a embriologistas.
Existem diferentes protocolos de acordo com os fornecedores de equipamentos para a vitrificação e um erro comum é misturar os procedimentos ou substituir certos componentes recomendados, o que pode comprometer o sucesso da vitrificação após o descongelamento.
A vitrificação foi um marco da evolução dos tratamentos de reprodução humana
A vitrificação é um procedimento com eficácia comprovada, seguro e proporciona vantagens tanto para a paciente, que se beneficia com a transferência em ciclos posteriores à estimulação ovariana por estar recuperada da possível influência da medicação hormonal, quanto para a clínica, que tem mais facilidade para realizar os estudos genéticos de diagnóstico do embrião PGS e PGD, quando comparado com os casos frescos.
Foram necessários anos de desenvolvimento e comprovação científica para estabelecer protocolos eficientes para realizar o congelamento rápido dos embriões e gametas que garantissem a sobrevivência após descongelamento. Os protocolos existentes não são compatíveis entre si, por isso, alterar o procedimento e componentes pode levar a resultados desastrosos.
Não existem dúvidas sobre a segurança deste procedimento quando realizado dentro dos protocolos comprovados, porém alterações realizadas sem um exaustivo sistema de avaliação laboratorial e clínica representa uma ameaça para o sucesso do tratamento de reprodução humana.
Antes de vitrificar, comprove a saúde genética do embrião
É preciso saber que os embriões vitrificados não apenas irão sobreviver à vitrificação, mas que além disso, são embriões que podem gerar bebês saudáveis.
Considerando que a porcentagem de alterações genéticas nos embriões de pacientes acima dos 38 anos supera os 60%, é possível que mais da metade dos embriões avaliados apenas por seu aspecto morfológico não implantem por falhas genéticas, algo que se identificado anos mais tarde, pode inviabilizar a chance da paciente acumular mais óvulos, principalmente se a vitrificação foi realizada quando a idade materna era igual ou superior aos 38 anos.
Embriões que passaram pelo screening genético pré-implantacional (PGS) e foram identificados como euploides (geneticamente saudáveis) têm mais chances de sucesso do tratamento e também previnem o risco de doenças genéticas provocadas por alterações cromossômicas.
Antes de fazer a vitrificação dos embriões deve ser esclarecido e decidido com os pacientes as vantagens de biopsiar o embrião e realizar o PGS e, dessa forma, ter mais informação sobre a quantidade de embriões congelados com saúde e qualidade para uma gravidez e bebê saudável.