O Teste Genético Pré-Implantacional para Doenças Monogênicas (PGT-M) é o estudo do embrião indicado para casais com alto risco familiar para doenças monogênicas, incluindo Fibrose Cística, Síndrome do X-Frágil, Distrofia Muscular, Doença de Huntington, Anemia Falciforme, Atrofia Muscular Espinhal, Hemofilia A, entre outras.
Neste post vamos explicar um pouco sobre estas condições e as etapas necessárias para realização da análise na biópsia embrionária.
O que são doenças monogênicas?
Doenças monogênicas ou mendelianas são condições em que a causa primária pode ser atribuída a uma única variante genética definida, ou seja, afeta um único gene. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, existem aproximadamente 10.000 distúrbios monogênicos conhecidos e, embora muitos sejam individualmente raros, a sua prevalência global coletiva ao nascimento é de aproximadamente 1% e eles representam quase 20% dos casos de mortalidade pediátrica em países mais desenvolvidos.
Essas condições geralmente seguem três padrões distintos de herança: autossômica dominante (AD), autossômica recessiva (AR) ou ligada ao X (XL).
· Herança autossômica dominante: os portadores manifestam sintomas e a alteração pode ser transmitida gerando uma doença com uma probabilidade de 50% quando um dos progenitores possui a mutação.
· Herança autossômica recessiva: este tipo de doença se manifesta apenas quando variantes patogênicas são herdadas por pai e mãe, sendo que os pais são portadores saudáveis, caso contrário uma pessoa pode ser portadora da mutação sem ser afetada pela condição patológica. Especificamente, 80% dos casos de doenças genéticas de herança recessiva surpreende as famílias, que não imaginavam portar uma mutação genética até o nascimento de uma criança afetada.
· Herança ligada ao X: ocorre quando o gene com uma variante genética está no cromossomo X. As enfermidades que decorrem desse tipo de herança ligada ao sexo surgem com grande frequência nos homens e raramente nas mulheres.
Como saber se o PGT-M pode ser feito para a condição genética de uma pessoa?
O casal ou o próprio médico deve entrar em contato com a Igenomix para saber se o PGT-M pode ser oferecido para a condição familiar e as etapas do processo. A Igenomix já realizou o teste para mais de 370 doenças:
Preciso conhecer a condição genética antes de fazer a análise nos embriões?
Sim, o primeiro passo é saber se a alteração genética presente na família já é conhecida, ou seja, se a família já possui o laudo genético. Essa etapa é chamada de investigação da doença. No caso de a família desconhecer a mutação e gene relacionados à condição, é preciso que seja feito um estudo genético para detectá-los, preferencialmente em um familiar afetado.
Algumas alterações estão em regiões complexas do genoma que são difíceis de estudar a nível pré-implantacional, por isso é necessário conhecer previamente a alteração em alguém afetado já que o PGT-M vai dirigido para a mutação específica e não a análise completa do gene. Além disso é importante entender se existem outros familiares afetados para elaborarmos a estratégia correta de estudo.
Quais as etapas do PGT-M?
Primeiro é necessário conversar sobre o caso com a equipe de assessoramento genético da Igenomix. Após a análise do caso, seguimos para um teste prévio, conhecido como Pré-PGT-M. O teste prévio é destinado a confirmar a(s) mutação(s) causadora(s) da doença e encontrar os marcadores STR polimórficos informativos vinculados a mutação ou regiões gênicas implicadas.
Marcadores STR são sequências de dois, três, quatro ou até cinco nucleotídeos repetidos em conjunto, normalmente encontrado nas regiões intrônicas em todo o genoma sendo que número de repetições pode variar entre indivíduos. Esses marcadores STR são usados nos estudos de análise direta e indireta no PGT-M, sendo que o estudo varia consoante a variante e condição familiar.
Após conclusão desta etapa, o casal está liberado para iniciar a fertilização in vitro (FIV) para obtenção dos blastocistos que vão ser analisados no PGT-M.
Conte com a equipe de assessoramento da Igenomix para tirar todas suas dúvidas ou marcar uma consulta virtual para seus pacientes.
Susana Joya, Assessora científica Igenomix Brasil.