The Human Microbiome Project revelou a importância das bactérias para nossa saúde e doença. Não apenas existem bactérias patogênicas que precisam ser tratadas como uma possível causa da infertilidade e abortamento de repetição, quanto existe uma flora bacteriana que é favorável para que a gravidez e o nascimento de um bebê sejam possíveis.
Entre os estudos mais recentes sobre o tema, um coorte prospectivo recrutou um total de 195 mulheres com falha recorrente de implantação (RIF) entre março de 2019 e abril de 2021 no centro de fertilidade de uma clínica no Japão (Hryo Hojin Shadan Kamiya Woman’s Clinic). A análise do microbioma endometrial por sequenciamento do gene 16S rRNA foi sugerida para todas as pacientes que tiveram três ou mais falhas em transferências embrionárias (ETs).
Cerca de 25% das pacientes que optaram em realizar o teste EMMA receberam no resultado da análise a orientação de tratamento para combater patógenos com uso de antibióticos e otimizar o microbioma endometrial através de probióticos. Pacientes com repetidas falhas de implantação apresentaram melhores taxas de implantação, de gestação e de nascimento na primeira transferência embrionária após a realização do EMMA e do tratamento.
Como resultado, a taxa cumulativa de gravidez clínica e gravidez em curso foram significativamente aumentadas no grupo de estudo em comparação com o grupo controle.
- Taxa de gravidez clínica grupo de estudo: 64,5% vs. grupo de controle: 33,3%, p = 0,005
- Taxa de gravidez em curso em grupo de estudo: 48,9% vs. grupo de controle: 32,8%, p = 0,028
Pode o microbioma endometrial ser apenas uma continuação do microbioma vaginal?
O estudo tomou mostras do microbioma vaginal e endometrial das pacientes. O resultado foi que apesar de possuírem bactérias em comum, o microbioma vaginal e endometrial provaram ser diferentes.
Qual é a confiança do diagnóstico do teste EMMA?
Para comprovar a utilidade clínica da Análise transcriptômica do Microbioma Endometrial, uma pesquisa publicada na revista científica AJOG (American Journal of Obtetrics and Gynecology) comparou a equivalência da ferramenta de diagnóstico molecular do microbioma endometrial à combinação da histeroscopia, histologia e cultura do microbioma juntos. O artigo foi publicado em 2018.
A técnica molecular (EMMA) mostrou-se mais efetiva pois dispensa o cultivo celular, é capaz de detectar bactérias inclusive em condições em que as amostras de biópsias de endométrio tinham sido congeladas, além disso, é capaz de detectar as bactérias por nível de espécie, permitindo o uso de antibióticos específicos com suas quantidades comparadas à normalidade e assim, estimar o nível de severidade da endometrite.
Esse teste pode ser aplicado em pacientes que estão planejando uma gravidez espontânea?
Sim, por exemplo em pacientes com suspeita de endometrite crônica devido a abortamento de repetição ou infertilidade sem causa aparente.
Como interpretar os resultados?
Assista o vídeo onde todos os possíveis resultados do teste EMMA & ALICE são apresentados. Caso queira, navegue sobre os diferentes resultados utilizando o índice na descrição do vídeo:
Como coletar amostra para o teste EMMA?
Para a realização da análise que pode ser enviada de qualquer parte do Brasil com o apoio logístico da Igenomix, é necessário solicitar o KIT de coleta em nosso laboratório de genética. O kit será enviado ao ginecologista contendo o tubo com a solução que preserva o DNA da amostra, pipelle para coleta da biópsia endometrial e documentação necessária para a solicitação da análise. Informações completas estão disponíveis na página de envio de amostras da Igenomix.
Formas de realizar a coleta:
- Ciclo regular: Entre o 15º e 25º dia do ciclo menstrual.
- Ciclo irregular: Quando a paciente não possui ciclo, ou o ciclo é irregular, é preciso simular uma fase secretora através de um ciclo HRT para e fazer a biópsia durante os dias de ingestão de progesterona (preferencialmente em P + 5)
Ref.
Bruno Coprerski – Diretor de Operações dos laboratórios Igenomix na América Latina