O estudo publicado recentemente na Nature apresentou o trabalho de investigação liderado por Ali Brivanlou, biológo da Universidade Rockefeller, em Nova York. A equipe de cientistas cultivou embriões humanos in vitro por 13 dias, alcançando um período que até hoje não havia sido atingido em laboratório. O experimento revelou diferenças com relação ao desenvolvimento de embriões de outros animais e pode ajudar a entender o processo de implantação embrionária.
Foi identificado no dia 10 do desenvolvimento embrionário um grupo de células que ocupa 5-10% do embrião e desaparece no dia 12.. Algo desconhecido até o momento e não identificado no cultivo de embriões de outros animais. Ainda será preciso entender qual a função dessas células no desenvolvimento, mas o estudo deixa claro que há muito de desconhecido no processo de evolução do embrião, e que esta informação pode ser chave para o sucesso da gravidez.
Atualmente, aproximadamente 50% dos embriões geneticamente normais não passam do período de implantação embrionária. A falha de implantação desses casos ainda é um desafio a ser superado. Existem diferentes investigações para identificar as razões, que podem depender de fatores relacionados aos embriões ou também relacionados à receptividade endometrial, que é outra linha estudada pela equipe da Igenomix.
A capacidade de observar o desenvolvimento embrionário em laboratório oferece uma oportunidade única não só para aprender como o embrião se desenvolve nesse período, mas para entender por que gestações falham neste ponto crítico do desenvolvimento.
Em muitos casos, existe uma falha na implantação e não sabemos se é uma complicação na mãe ou no embrião. Uma vez que não se fornece quaisquer fatores maternos, podemos estudar apenas os efeitos embrionários.
Estamos diante de um grande passo rumo à compreensão de um período de desenvolvimento humano que nunca antes foi entendido corretamente. Até agora, a nossa compreensão sobre como o embrião humano se desenvolve após a implantação foi determinado com base em estudos em embriões de camundongos ou estudos antigos que tiraram fotos estáticas em várias etapas ao longo do caminho.
Dentro dessa margem de dias dos embriões em laboratório, mais estudos devem ser realizados para entender completamente os processos que envolvem os embriões com o objetivo de desvendar o que ocorre nos casos onde embriões cromossomicamente normais transferidos a úteros receptivos produzem falhas de implantação. Os benefícios potenciais de novas pesquisas podem contribuir com a melhora dos métodos de reprodução assistida, redução das taxas de aborto precoce e distúrbios da gravidez.