Anualmente cresce o número de pessoas que procuram as clínicas de reprodução humana. A maioria dos pacientes são pessoas em idade fértil que estão tentando engravidar, muitas vezes há meses ou até mesmo mais de ano, sem sucesso. Porém, além de crescer o número de pessoas que buscam tratamento de fertilidade, a cada ano também notamos um aumento da faixa etária dessas pessoas, o que diminui as possibilidades de gravidez e requer inúmeras vezes técnicas mais complexas, como a ajuda da genética, para incrementar as chances de resultados positivos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a média da infertilidade humana está em torno a 18%, o que significa que afeta aproximadamente 1 de cada 8 casais.
O avanço da idade da mulher (especialmente prejudicial para a fertilidade) e também a influência de hábitos e fatores ambientais que atingem ambos, porém com mais força os homens, coloca a sociedade em uma situação delicada. Por isso, o mês da fertilidade foi criado internacionalmente com o objetivo de conscientizar e divulgar medidas preventivas que podem evitar que a infertilidade atinja ainda mais pessoas.
Atualmente as causas da infertilidade podem ter origem em fatores femininos (35%), masculinos (35%), ter a influência de ambos (20%) ou ainda, ser de causas desconhecidas (10%).
A infertilidade não é o único risco
Além de procurar as clínicas de fertilidade para obter a gravidez, existem outros problemas e riscos que podem ser evitados com o apoio de um especialista.
- Aborto de repetição – Apesar de conseguir a gravidez, sofrer repetidas perdas gestacionais indica que algo não vai bem com a fertilidade do casal. As causas de aborto podem ser masculinas ou femininas. Os exames que a IGENOMIX oferece para detectar a causa, além da ultrassonografia que analisa fatores morfológicos, são:
– Cariótipo – Analisa dos cromossomos com relação ao seu número e estrutura, ajudando a revelar possíveis causas de infertilidade e aborto de repetição.
– SAT – Teste que identifica alterações cromossômicas nos espermatozoides que podem inviabilizar a gravidez ou provocar o nascimento de um bebê com doenças cromossômicas através da análise dos cromossomos: 13, 18, 21, X e Y.
– Fragmentação do DNA espermático – Identifica fragmentos de DNA no sêmen, que quando possui níveis elevados, pode provocar a infertilidade masculina ou abortos.
– POC – Analisa os 24 cromossomos dos restos fetais para identificar a causa do abortamento. O teste, diferente do cariótipo, consegue evitar a contaminação materna proporcionando resultados confiáveis que serão importantes para uma futura gestação saudável.
- Alterações genéticas – As doenças genéticas podem ocorrer por fatores hereditários, alterações cromossômicas nos espermatozoides ou também em virtude do avanço da idade materna, pois o envelhecimento dos óvulos, que começa a intensificar-se após os 35 anos, aumenta o risco de alterações cromossômicas no feto.
Para evitar o risco de alterações genéticas, existem opções com indicações específicas:
Doenças monogênicas – Quando um dos membros do casal é consciente de uma doença genética que atinge membros da sua família, como pais, tios ou primos, é possível realizar o Diagnóstico Genético Pré-implantacional (PGD) para identificar embriões livres das mutações que causam a doença em questão. O resultado será o nascimento de um bebê livre da doença genética e além disso, o fim da hereditariedade dessa doença na família. Para realizar o PGD é preciso realizar um tratamento de Fertilização in Vitro, dessa forma a doença será evitada antes mesmo da gravidez acontecer.
Doenças cromossômicas – Evitar doenças como a Síndrome de Down, Síndrome de Patau ou Síndrome de Edwards, bem como qualquer outra alteração provocada pela falta ou excesso de cromossomos, é possível através do Screening Genético Pré-implantacional (PGS) dos embriões, especialmente indicado quando a idade materna é superior a 37 anos. Para realizar o PGS é preciso realizar um tratamento de Fertilização in Vitro.
Compatibilidade genética – A compatibilidade genética é indicada a todos os casais, mas principalmente aos casais consanguíneos (primos), que queiram ter mais segurança na hora de evitar a transmissão de doenças autossômicas recessivas, ou seja, doenças que se manifestam somente quando ambos membros do casal são portadores, mesmo que não tenham desenvolvido a patologia. O teste de compatibilidade genética (CGT) é feito a partir de uma amostra de sangue do casal, que poderá engravidar normalmente caso não seja detectado riscos elevados de doença genética. Em caso de risco, é recomendável realizar o PGD para evitar a doença genética.
- Falhas na implantação – Quando parece estar tudo bem com a fertilidade do casal e assim mesmo o tratamento de fertilização in vitro não resulta em gravidez após a transferência do embrião ao útero, é possível que a causa esteja relacionada com a receptividade endometrial e é necessário personalizar o endométrio. A receptividade endometrial é o momento que a parede interna do útero está receptiva para receber o embrião e realizar sua implantação. Em torno a 24% das pacientes de reprodução assistida possuem sua janela de implantação fora do padrão. Isso não significa que são inférteis, mas sim que o período para a transferência do embrião deve ser personalizado.
– Teste de receptividade endometrial – O teste de receptividade endometrial (ERA) analisa os 238 genes relacionados com a receptividade do endométrio para identificar o melhor período para receber e implantar o embrião, permitindo que a gravidez ocorra com sucesso.
Como evitar a infertilidade?
Nem todas as causas de infertilidade podem ser evitadas, no entanto, o diagnóstico precoce sempre irá aumentar as chances de conseguir bons resultados com tratamentos mais simples. Para prevenir, as mulheres podem realizar exames periódicos que avaliam sua reserva ovariana a partir dos 30 anos. Serão exames simples de dosagem hormonal e ultrassonografia transvaginal.
Caso a mulher tenha a intensão de engravidar após os 37 anos, recomenda-se realizar o congelamento de óvulos. A idade ideal para o congelamento de óvulos é ao redor dos 30 anos, onde a mulher encontra-se no ápice da fertilidade e com isso, as chances de engravidar no futuro com esses óvulos serão maiores.
Os homens podem obter informação sobre sua fertilidade através do espermograma ou também da Fragmentação do DNA espermático. Caso sejam portadores de varicocele – uma espécie de varizes que atinge os testículos – devem tratar esta condição, que atualmente representa 40% das causas de infertilidade masculina.
A obesidade e o cigarro diminuem de forma notória a fertilidade de homens e mulheres, além de poder causar possíveis complicações durante a gravidez e no bebê nascido. Por isso, é importante cuidar estes dois aspectos mantendo hábitos saudáveis.