Muitos estudos científicos abordam o impacto da idade dos pais na saúde de seus descendentes, pois nos deparamos com um paradigma social em que o momento da decisão de ter filhos acontece cada vez mais tarde, o que é uma preocupação médica. Até a data, alguns estudos sugerem que a idade avançada do pai pode levar a consequências negativas para a função testicular, morte fetal, anormalidades congênitas, transtorno do espectro do autismo¹ ou esquizofrenia². Sendo a relação entre a idade paterna avançada e as mutações monogênicas as mais marcantes, já que um estudo³ identificou que a cada ano avançado na idade paterna, aumenta em 2 pontos o risco de mutações de novo. O estudo apresentado aqui analisou apenas as questões cromossômicas, portanto, não contrasta os dados dos outros fatores genéticos citados anteriormente, como o transtorno do espectro autista ou o risco de doenças monogênicas, por exemplo.A idade paterna, ao contrário da materna, não produz um aumento de embriões cromossomicamente anormais. Foi o que revelou o estudo realizado pela Igenomix publicado no Journal of Assisted Reproduction and Genetics. Essa é a maior pesquisa até o momento na área com foco nos efeitos cromossômicos do embrião com relação à idade do pai.
Como foi realizada a pesquisa?
Considerando a certeza de que a idade materna avançada é responsável pelo aumento de risco de alterações numéricas nos cromossomos embrionários (aneuploidias), fato que também é a principal causa de abortos durante o primeiro trimestre da gravidez, pesquisadores da Igenomix queriam avaliar se esta é também a realidade para os homens, que os são responsáveis por cerca de 55% das aneuploidias sexuais, incluindo 80% da síndrome de Turner e 50% da síndrome de Klinefelter.
