A biópsia do embrião é um procedimento seguro, porém muito delicado. Por isso é preciso saber identificar quando vale a pena biopsiar um embrião com base na morfologia embrionária.
Este foi o tema do primeiro vídeo da série Soluções de embriologia, que a Igenomix desenvolveu em parceria com a embriologista Monique Bonavita e que você pode conferir periodicamente no youtube da Igenomix Brasil.
Quando biopsiar um embrião é uma questão que interessa aos embriologistas, mas também aos médicos especialistas em reprodução humana, que preocupados em ter o máximo de informações que ajudam a aumentar as chances de sucesso da FIV (fertilização in vitro), às vezes estão diante de uma situação que pode gerar dúvidas.
Devo biopsiar um embrião em dia 3?
A biópsia de um embrião em terceiro dia (D3) de desenvolvimento tem sido cada dia menos frequente, mas em ocasiões ainda é realizada. Este embrião também chamado de embrião em estágio de clivagem, tem aproximadamente de 6 a 8 células, e para que seja considerado um embrião com boa qualidade para uma biópsia, deve apresentar no mínimo 6 células e um grau de fragmentação menor que 30%.
Se um embrião em D3 ainda não estiver atingido o número mínimo de 6 células, ou tiver mais de 30% de fragmentação celular, a recomendação é que este embrião seja mantido em cultivo até o quinto dia, e se atingir o estágio de blastocisto, pode ser biopsiado.
Critérios para biopsiar um embrião em estágio de blastocisto
Os embriões em blastocisto, normalmente biopsiados no dia 5 de desenvolvimento, também devem passar por um critério de avaliação para a biópsia, no qual devem ser considerados alguns pontos importantes:
- Diferenciação das porções celulares, que são a Massa Celular Interna (que dará origem ao embrião propriamente dito) e o trofectoderma, que vai originar as estruturas da placenta e que é a porção que deve ser biopsiada. Por isso, é muito importante que estas duas porções estejam bem diferenciadas, para que a biópsia seja feita da maneira correta e não comprometa o desenvolvimento do embrião no futuro.
- Observar se o embrião não apresenta células degeneradas, células soltas ou muitos fragmentos no mesmo espaço do embrião.
Esses critérios de avaliação devem ser seguidos com rigor para garantir a viabilidade do embrião após a retirada das células e para que o resultado do diagnóstico genético pré-implantacional seja satisfatório tanto para alterações cromossômicas PGS (PGT-A), quanto para doenças genéticas PGD (PGT-M), identificando claramente os embriões com chances de implantação no útero materno e de nascimento de um bebê saudável.
E se os embriões não estão bons para biopsiar?
Diante de critérios tão técnicos, muitas vezes é difícil apresentar uma resposta simples para os pacientes sobre a razão pela qual não é recomendada a biópsia embrionária e ainda, se este embrião não apresenta qualidade suficiente para ser biopsiado, qual seriam as chances de sucesso do tratamento? É conveniente realizar um novo ciclo de estimulação ovariana ou ainda considerar a doação de gametas?
É de extrema importância que todos os passos do tratamento de reprodução assistida, suas vantagens e riscos estejam claros para os pacientes, que informados das probabilidades, podem tomar uma decisão consciente.
Para orientar os pacientes nestes aspectos, o médico especialista em reprodução humana conta com o apoio de sua equipe de embriologistas e do suporte da Igenomix, que mais que um laboratório de genética, é um laboratório que oferece assessoria à clínica e também ao paciente em todas as fases do seu tratamento.
Marcia Riboldi, PhD – Diretora da Igenomix Brasil