No Rio de Janeiro, o encontro para especialistas em reprodução humana foi organizado especialmente para oferecer a oportunidade para os convidados assistirem uma aula especial do Prof. Carlos Simón, diretor científico da Igenomix e também da Dra Diana Valbuena, diretora de pesquisas clínicas da Igenomix.
A agenda foi ampla e apresentou o que a ciência dispõe hoje para ajudar a aumentar a efetividade dos tratamentos de reprodução humana para que o resultado seja o nascimento de um bebê saudável, e também as terapias que estão por vir com o mesmo propósito.
Planejamento da gravidez
As clínicas de reprodução humana assistida, além de serem o caminho para a realização do sonho de ter filhos de pacientes com infertilidade, também é a solução para evitar o desenvolvimento de doenças genéticas sem cura, que muitas vezes não são compatíveis com a vida ou que condenam seus portadores ao sofrimento e necessidade de medicação permanente.
O risco de doenças genéticas que nunca se manifestaram na família por serem recessivas, ou seja, apenas se manifestam quando ambos membros do casal são portadores, deve ser uma preocupação prioritária para os casais consanguíneos.
O estudo realizado na Europa pela Igenomix identificou que 5% dos casais que realizaram o teste de compatibilidade genética para avaliar o risco de transmitir doenças aos seus futuros filho tinham mutações em comum. O que aumenta o risco dos descendentes manifestarem uma doença. Felizmente com o tratamento de FIV + PGD, este risco pode ser evitado.
Interação entre embrião e endométrio
Para o sucesso da gravidez é preciso existir uma interação entre o embrião e o útero materno. O embrião, que se desenvolve a partir da fecundação do óvulo, quando chega ao útero materno deve implantar-se e para tanto, se comunica com o endométrio, que é a parede interna deste órgão que irá nutrir o bebê durante a gestação.
A interação entre embrião e endométrio acontece através de moléculas de ambas as partes, que precisam estar sincronizadas para estabelecer as conexões necessárias para viabilizar a gravidez.
Vários fatores afetam esta sincronização, como se sabe, o teste de receptividade endometrial ERA tem sido a solução para mais de 25% das pacientes de Fertilização in Vitro, que por terem a janela de implantação fora do padrão, precisam de uma transferência do embrião personalizada, caso contrário, a FIV irá fracassar.
Além dos marcadores genéticos identificados através do teste ERA, recentemente a equipe de pesquisadores da IGENOMIX identificou que a microbiota, ou seja, a flora bacteriana existente no endométrio, também pode influenciar no sucesso da gravidez. Esta pesquisa apresentada pela Dra Diana Valbuena durante o evento é de extrema relevância, já que antes se acreditava que o interior do útero era um ambiente estéril.
Nova terapia para a Síndrome de Asherman e atrofia endometrial
O tratamento de transplante autólogo com células-tronco da própria paciente, pode melhorar de forma significativa essas desordens menstruais. O estudo publicado na revista científica Human Reproduction em 2016, já tem conseguido resultados muito prometedores, já as pacientes submetidas ao tratamento piloto estão conseguindo engravidar e dar à luz.
Marcia Riboldi, diretora da Igenomix Brasil