Um estudo realizado por um grupo de pesquisa independente sobre uma população de 281 mulheres chinesas identificou que a transferência personalizada de embriões guiada pelo teste ERA dobra a taxa de gravidez em pacientes com repetidas falhas de implantação nos tratamentos de Fertilização in Vitro (FIV).
Embora seja geralmente estimado que o endométrio, que é o tecido que reveste a parede interna do útero, atinge o fenótipo receptivo após 120 horas de exposição à progesterona, estudos anteriores mostraram que cerca de 30% dos pacientes com falha de implantação recorrente têm uma janela de implantação deslocada, ou seja, elas precisam individualizar a quantidade de horas de progesterona para alcançar a receptividade. O teste ERA (Análise de Receptividade Endometrial), desenvolvido pela Igenomix, permite saber quando o endométrio é receptivo e realizar uma transferência personalizada de embriões.
Este estudo valida mais uma vez a eficácia do teste ERA em pacientes com falha de implantação. “Controlar esse momento e transferir o embrião em dia e horário específicos significou uma melhora substancial nos resultados reprodutivos”, explica o professor Carlos Simón, desenvolvedor do teste.
Acesse o artigo publicado na revista científica Medical Science Monitor
O teste ERA alcançou uma taxa de gravidez clínica de 50%
Com a ideia de verificar o impacto da realização de uma transferência personalizada em pacientes com falha na implantação, a equipe de pesquisa concluiu que 35% das amostras coletadas por biópsia endometrial eram receptivas, enquanto 65% não eram.
O grupo de pacientes submetidos ao teste ERA (140/281), no qual a transferência de embriões foi realizada de forma personalizada no momento em que o endométrio foi receptivo, obteve uma taxa de gravidez clínica de 50% (70/140), enquanto o grupo em que foi guiado por uma transferência padrão obteve uma taxa de gravidez muito menor, especificamente 24,8% (35/141). Assim, os resultados aumentaram a taxa de gravidez em 25 pontos percentuais, após o estudo personalizado da janela de implantação com o teste ERA.
“Desde que desenvolvemos o teste ERA para resolver casos em que a janela de implantação do paciente foi deslocada, um dos nossos esforços como especialistas no estudo do endométrio sempre foi saber quando esse evento ocorreu. Este estudo realizado em pacientes que têm falha de implantação, mostra que a causa endometrial pode ser um dos grandes problemas”, conclui o professor Simón.
Como é o procedimento do teste ERA?
- O médico ginecologista especialista em reprodução assistida realiza uma biópsia endometrial da paciente em um ciclo que simula o procedimento de preparo para a transferência embrionária previsto para a FIV
- A amostra coletada pelo médico com o kit proporcionado pela Igenomix é enviada ao laboratório de genética para a análise da expressão dos genes ligados à receptividade endometrial.
- O resultado da análise aponta se o endométrio estava ou não receptivo no momento da biópsia para o tipo de protocolo utilizado ou será necessário uma adaptação, conforme recomendação do laudo. Em 90% dos casos não é preciso repetir a biópsia endometrial.
- O médico fertileuta irá realizar a transferência conforme a recomendação do teste ERA mantendo a mesma via de administração da progesterona realizada na coleta da biópsia endometrial.
Bruno Coprerski é head de Reprodução Assistida na Igenomix Brasil