Para avaliar a variação potencial na taxa de blastocisto euploide e de nascidos vivos por transferência única de blastocisto euploide nos tratamentos de Fertilização in Vitro (FIV), foi realizado um estudo retrospectivo entre 4 laboratórios de genética reprodutiva nos Estados Unidos. Os resultados publicados na revista científica Fertility & Sterility demonstram a importância de contar com um bom fornecedor de testes genéticos de qualidade.
Aneuploidia cromossômica é a causa mais comum de falha de implantação e abortamento de repetição. Por esta razão, determinar a composição cromossômica do embrião pode efetivamente reduzir essas ocorrências, aumentando as chances de gravidez e nascimento de um bebê saudável por transferência realizada. Esse rastreamento é possível graças ao teste genético pré-implantacional para aneuploidias embrionárias PGT-A.
Não é por menos que o PGT-A tornou-se uma recomendação de rotina, especialmente para mulheres acima dos 37 anos, casos de aborto de repetição, falha de implantação e baixa concentração espermática. Independentemente da indicação específica para o PGT-A, médicos e pacientes confiam nos resultados precisos desse teste para fazer decisões clínicas. Tanto que os embriões marcados como euploides são selecionados para transferência, enquanto os embriões marcados como aneuploides geralmente são descartados.
Portanto, quando o PGT-A é realizado, seu resultado é crítico para determinar quais embriões são elegíveis para transferência e, como consequência, nesse teste se deposita a esperança de superação dos obstáculos que enfrentam os pacientes que contam com a ajuda da medicina reprodutiva para realizar o sonho de ter filhos saudáveis.
Quais são os riscos de realizar o PGT-A?
Diferentes questões técnicas e de interpretação podem ocorrer durante o pós-processamento, o que pode afetar os resultados da análise genética. As possíveis causas desses achados podem ser:
- técnica de biópsia e tubing do laboratório de embriologia,
- protocolo de amplificação de DNA,
- testes de validação,
- controle de qualidade,
- plataforma bioinformática do laboratório de genética
As células da biópsia do embrião são enviadas ao laboratório de genética para serem processadas, codificadas e amplificadas, para que um arquivo de sequenciamento de dados brutos seja criado. Os dados brutos são executados por meio de um pipeline de bioinformática com muitas etapas para determinar o status do embrião. Em última análise, os laboratórios contam com um processo de amplificação que ocorre em nanoescala e requer remontagem ao nível macro para tomada de decisão clínica.
Cada laboratório que realiza PGT-A é responsável pela sua própria validação, controle de referência e amostras cegas. Portanto o estudo publicado que abordamos nesse post, procurou determinar se diferentes plataformas bioinformáticas de laboratório de genética foram associadas a diferentes taxas de euploidia e, ainda, se essas plataformas foram associadas a diferentes taxas de nascidos vivos por transferência de blastocisto euploide conforme resultado do PGT-A.
Para minimizar a variação na qualidade do óvulo nos resultados, as análises desse estudo retrospectivo foram limitadas a blastocistos derivados de oócitos vitrificados de doadoras saudáveis.
Resultados da pesquisa
Quatro laboratórios de genética reprodutiva com mais de 200 embriões testados nos Estados Unidos foram incluídos neste estudo. O limite de 200 embriões foi selecionado como o número mínimo necessário para ter 80% de poder para detectar uma diferença de 12% de uma taxa euploide assumida de 70%. Entre os 4 laboratórios, foram 895 doadoras de oócitos totalizando 2.633 embriões biopsiados. Todos os 4 dados laboratoriais tinham idade semelhante de doadores, idade de receptores e etnia dos doadores.
O estudo revelou diferenças estatisticamente significativas em taxa de blastocisto euploide e nascidos vivos entre diferentes laboratórios de referência em PGT-A. Os resultados deste estudo destacam um aspecto crítico, mas negligenciado de nossa especialidade quando se trata de biotecnologia, ou seja, o controle de qualidade, garantia de qualidade e bioinformática do laboratório de genética.
Como controlamos a qualidade do PGT-A na Igenomix?
Cada laboratório de genética têm a liberdade de determinar onde estabelecem seus filtros de controle de qualidade. Nas diversas fases para a conclusão do laudo do PGT-A da Igenomix são determinados indicadores de performance, tomadas medidas de redução de risco e otimização de resultados.
No laboratório de genética, uma questão primária pode ser a qualidade dos dados obtidos. Nesse aspecto, vários pontos de verificação de controle de qualidade são usados, incluindo:
- Confiança da chamada de base
- Pontuação de alinhamento (quão bem as sequências se alinharam a um cromossomo de referência)
- Número total de leituras
- Número total de leituras mapeadas para cada cromossomo
- Quantidade de ruído na amostra
- Qualidade da amostra, seja por causa de qualidade abaixo do ideal biópsia e/ou DNA degradado, pode levar ao aumento do ruído e picos nos números de cópias.
- Leituras insuficientes
Os laboratórios da Igenomix de todo o mundo trabalham com os mesmos altos padrões de qualidade de processos de forma colaborativa, onde os principais pontos para garantir resultados confiáveis são:
- Validação
Demonstrar a validação do laboratório através de publicações científicas é uma das maneiras de evidenciar a qualidade e eficiência da técnica empregada na Igenomix. Nosso PGT-A tem o privilégio de contar com um alto volume de amostras que possibilitou o desenvolvimento de algoritmos próprios e uso de inteligência artificial para seu constante aprimoramento.
- Logística
O controle de qualidade dos resultados do PGT-A passa pela logística das biópsias embrionárias. Para garantir o sucesso nessa fase, proporcionamos o kit de coleta, uma transportadora de material biológico certificada, além de um canal direto com a clínica para suporte e treinamento das equipes envolvidas.
- Robotização e Inteligência Artificial
Reduzir ao máximo processos que são operador dependente significa eliminar a subjetividade e erros humanos na avaliação de dados e o uso da inteligência artificial está diretamente ligado à qualidade dos algoritmos de análise e emissão de laudos, que na Igenomix são gerados de forma automatizada e revisados pela equipe técnica.
Como ajudamos as clínicas de FIV a detectarem pontos de aprimoramento?
Não menos importante para manter a excelência de um serviço é proporcionar ferramentas de apoio para análise de resultados clínicos. Nesse aspecto, a Igenomix oferece o DASHBOARD.
Através do Dashboard Igenomix, é possível analisar dados da clínica em relação a taxas de aneuploidia, mosaicismo, rebiópsia, alteração cromossômica e etc. Além disso, médicos e embriologistas podem comparar seus resultados entre outros especialistas da própria clínica, com a média nacional e global através de dados criptografados.
O uso do Dashboard que permite uma melhor percepção da performance da clínica em comparação com outros serviços e agilidade para identificar pontos fortes e de aprimoramento.
Confira no vídeo os principais recursos do Dashboard
Marcia Riboldi, PhD