O teste ERA analisa a expressão genética de 248 genes ligados à receptividade endometrial através da tecnologia de sequenciamento de nova geração (NGS). Graças a esta análise é possível personalizar a transferência do embrião no melhor momento para sua implantação e como consequência, evitar a perda de embriões aumentando as chances de gravidez.
No entanto, para ter um resultado efetivo no teste ERA é fundamental que o protocolo de preparo para a biópsia endometrial ocorra da mesma forma que será realizada a transferência embrionária, seguindo a rigor as indicações do resultado desse teste. Confirme aqui os principais pontos para realizar esta análise e as opções de protocolos para a biópsia endometrial.
Por que o teste ERA é importante nos tratamentos de fertilidade?
Antes de falar sobre os protocolos é importante lembrar que 3 em cada 10 mulheres em tratamento de FIV (Fertilização in vitro) precisam personalizar o momento da transferência embrionária. Isso ocorre porque o ciclo menstrual humano possui um curto espaço de tempo chamado janela de implantação, que não é igual para todas as pacientes.
Recentemente o estudo internacional multicêntrico e randomizado realizado com 16 clínicas de reprodução assistida em vários países (incluindo o Brasil) – onde 458 mulheres em tratamento de Fertilização in Vitro participaram – comprovou um aumento dos resultados de nascimentos no grupo de pacientes que realizou a personalização da transferência embrionária de acordo com a orientação do teste ERA.
Qual é o melhor protocolo de biópsia endometrial para o teste ERA?
A opção que permite o melhor controle do ciclo e sua fácil reprodutibilidade na transferência embrionária é o ciclo HRT. Nesse protocolo, o ciclo da paciente será totalmente controlado através de estradiol e progesterona. Veja na figura abaixo o esquema de estimulação:
Ao definir o protocolo de realização do teste ERA o especialista está também definindo o protocolo de transferência embrionária, pois os resultados do teste ERA são replicáveis à mesma dosagem e via de administração da progesterona, ou seja, não é possível realizar uma biópsia em ciclo HRT e após o resultado do ERA optar por uma transferência embrionária em ciclo natural.
Assista o vídeo onde explico detalhadamente os diferentes protocolos para a biópsia endometrial e dou dicas para a realização da coleta.
O que é fundamental em todos os protocolos para o teste ERA?
Conforme comentado no vídeo, medir a progesterona basal (endógena) da paciente antes de dar início à administração de progesterona exógena irá garantir o resultado confiável do teste de receptividade endometrial.
Por quanto tempo o teste ERA é válido?
Por analisar a expressão dos genes, o teste ERA é válido por tempo indeterminado. A única razão que pode produzir uma mudança na janela de implantação da paciente seria um ganho ou perda de peso superior a 20 quilos.
Marcia Riboldi, PhD – Geneticista e CEO da Igenomix Brasil