Como os caminhos dos tratamentos de Reprodução humana e Câncer se cruzam? Onde a genética entra nessa história? Como orientar os pacientes?
Para falar sobre este tema comentando casos clínicos, entrevistamos o Dr. Roberto Azevedo Antunes, que compartilhou conosco duas histórias muito interessantes.
Assista o vídeo e continue lendo!
Uma pequena parte dos casos de câncer são de origem hereditária, mas quando existe uma mutação genética ligada a esta doença, abrimos uma oportunidade para tomar medidas para aplicar um protocolo preventivo personalizado para o paciente e família, além da chance de evitar a hereditariedade para as futuras gerações através do tratamento de reprodução humana com estudo genético do embrião PGD (PGT-M).
No entanto, querer identificar o risco aumentado de desenvolver um câncer é uma decisão do paciente, que para chegar a uma conclusão precisa de informações e apoio do aconselhamento genético, oncologista e até mesmo psicólogo.
Tudo relacionado ao câncer causa ansiedade, por isso a decisão de realizar um teste genético que revela a presença de mutações ligadas ao aumento do risco oncológico pode ser considerada uma boa ou má decisão, dependendo de cada pessoa.
O que fazer se identifiquei uma alteração genética que aumenta o risco do câncer na família?
Quando um painel genético detecta que uma pessoa é portadora de uma mutação genética que aumenta o risco de desenvolver um câncer é importante:
- Ser consciente de que uma mutação genética aumenta o risco, porém não é um diagnóstico da doença, que pode chegar a não se manifestar.
- Discutir a possibilidade de através de um tratamento de fertilização in vitro com diagnóstico genético pré-implantacional PGD (PGT-M), permitir que os filhos nasçam livres da mutação e, como consequência, a mutação deixa de existir na família.
- Informar outros membros da família para que cada um possa refletir para também tomar suas próprias decisões.
Quando uma pessoa que recebeu o diagnóstico de câncer identifica a presença de uma mutação genética relacionada à doença, é preciso:
- Antes do tratamento, se existe o desejo de ter filhos, contar com o aconselhamento genético reprodutivo sobre a preservação da fertilidade, já que o tratamento de quimioterapia e radioterapia podem afetar a fertilidade do homem ou da mulher.
- Da mesma forma que na suposta situação anterior, informar outros membros da família e discutir a possibilidade de realizar o planejamento familiar para prevenir a hereditariedade da mutação genética.
Dra Juliana Cuzzi, Geneticista